O governo federal
ressalta as suas ações afirmativas que atendem minorias, mas as suas
políticas de cotas nas universidades públicas e de atendimento de quem tem
necessidades especiais na realização das provas do Exame Nacional do Ensino
Médio (Enem), não se cruzam no acesso ao ensino superior.
Enquanto a
política de cotas garante índice na nota de pretos, pardos, indígenas e alunos
da rede pública, o atendimento aos deficientes e pessoas com outras
necessidades especiais para somente em medidas de acesso no dia da realização
do exame, como salas especiais, provas em braile, com letras maiores e afins.
A jornalista Sônia Pessoa, do blog Tudo Bem ser Diferente,
diz que essas medidas atendem apenas parte dos diferentes, que são os
estudantes da rede pública e os pretos, pardos e indígenas. “Os alunos com
deficiência não são contemplados nas cotas”, acrescenta.
A educação
brasileira, segundo Sônia, ainda não garante a inclusão plena nem na infância.
“Um assunto que precisa ser discutido e aprovado”. Hoje, apenas os concursos
públicos garantem em concurso o acesso de parcela de pessoas com deficiência.
“Está na
hora de garantirmos cotas para pessoas com deficiência também nos vestibulares
e garantir o ingresso à universidade”, defende a jornalista, que se diz
inquieta e incomodada com o preconceito em geral, por isso resolveu lançar o
seu blog além de desenvolver projeto de pesquisa como doutoranda da UFMG sobre
“Transgressão nas redes sociais: a estética contemporânea do discurso da
diferença”.
Apesar do
Ministério da Educação garantir que está bem preparado para atender quem tem
necessidades especiais (leia ou ouça matéria no link abaixo), Sônia, que também
é professora universitária de jornalismo, diz que muitos alunos que vão fazer o
Enem relatam dificuldades de acessibilidade.
Pior
ainda, segundo revela Sônia, são as barreiras atitudinais de pessoas que
trabalham na aplicação das provas e que não estão preparadas para atender e
promover o encaminhamento de determinadas necessidades. Este ano, o Mec garante
ter treinado mais de 48 mil pessoas para atender exclusivamente quem tem
necessidades especiais.
Mais do
que os problemas visíveis e conhecidos, Sônia alerta que hoje existem outros
problemas que colocam muitos candidatos em desvantagem. Cita como exemplo o
alunos om déficit de atenção. “Tudo isso precisa ser melhor estudado para que
todos os estudantes tenham direito efetivo de fazer o Enem em igualdade de
condições”, defende.
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