domingo, 6 de outubro de 2013

Cotas do enem não beneficiam necessidades especiais.


O governo federal  ressalta as suas ações afirmativas que atendem minorias, mas as suas políticas de cotas nas universidades públicas e de atendimento de quem tem necessidades especiais na realização das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), não se cruzam no acesso ao ensino superior.

            Enquanto a política de cotas garante índice na nota de pretos, pardos, indígenas e alunos da rede pública, o atendimento aos deficientes e pessoas com outras necessidades especiais para somente em medidas de acesso no dia da realização do exame, como salas especiais, provas em braile, com letras maiores e afins.
A jornalista Sônia Pessoa, do blog Tudo Bem ser Diferente, diz que essas medidas atendem apenas parte dos diferentes, que são os estudantes da rede pública e os pretos, pardos e indígenas. “Os alunos com deficiência não são contemplados nas cotas”, acrescenta.

            A educação brasileira, segundo Sônia, ainda não garante a inclusão plena nem na infância. “Um assunto que precisa ser discutido e aprovado”. Hoje, apenas os concursos públicos garantem em concurso o acesso de parcela de pessoas com deficiência.

            “Está na hora de garantirmos cotas para pessoas com deficiência também nos vestibulares e garantir o ingresso à universidade”, defende a jornalista, que se diz inquieta e incomodada com o preconceito em geral, por isso resolveu lançar o seu blog além de desenvolver projeto de pesquisa como doutoranda da UFMG sobre “Transgressão nas redes sociais: a estética contemporânea do discurso da diferença”.

            Apesar do Ministério da Educação garantir que está bem preparado para atender quem tem necessidades especiais (leia ou ouça matéria no link abaixo), Sônia, que também é professora universitária de jornalismo, diz que muitos alunos que vão fazer o Enem relatam dificuldades de acessibilidade.

            Pior ainda, segundo revela Sônia, são as barreiras atitudinais de pessoas que trabalham na aplicação das provas e que não estão preparadas para atender e promover o encaminhamento de determinadas necessidades. Este ano, o Mec garante ter treinado mais de 48 mil pessoas para atender exclusivamente quem tem necessidades especiais.

            Mais do que os problemas visíveis e conhecidos, Sônia alerta que hoje existem outros problemas que colocam muitos candidatos em desvantagem. Cita como exemplo o alunos om déficit de atenção. “Tudo isso precisa ser melhor estudado para que todos os estudantes tenham direito efetivo de fazer o Enem em igualdade de condições”, defende.

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